No episódio “Toma que o
filho é teu”, da série “Ciranda Cirandinha”, o ator Fábio Junior, que interpretava
o personagem “Hélio”, canta pela primeira vez na televisão “Pai”, sua canção
mais emblemática e que abriria as portas para sua carreira musical, com um
violão e um caderno aberto a sua frente, como se estivesse acabado de compô-la, e
emociona o público.
Em 1979, inspirada por esta
canção, a autora de novelas Janete Clair, escreveu sua nova trama “Pai Herói” e
a escolheu, para tema de abertura.
Embora boatos dessem conta de que “Pai” surgiu de uma suposta relação conflituosa entre o artista e seu
genitor, Fabio Junior sempre afirmou o contrário, que a canção foi composta em
um momento de grande inspiração, e fala do amor e do respeito que tinha pelo
seu pai.
O pai de Fabio Junior, que
se chamava Antônio, era taxista, possuía uma banca de revista onde os filhos
trabalhavam. Na novela “Antônio Alves, o Taxista”, o nome do protagonista foi
dado em sua homenagem e o próprio Fábio, o interpretou.
A canção em tom intimista, é
repleta de amor filial, não seria de fato uma reconciliação, parece mais robustecida
pelas palavras que nunca foram ditas, pelos sentimentos muitas vezes não
demonstrados. Deixa a sensação do nó na garganta, e o desejo de se recuperar o
tempo perdido, de amar enquanto ainda há tempo para amar.
O reconhecimento pelo amor
recebido e pela experiência transmitida, e a intenção de passar segurança, de
dizer que o dever de pai está cumprido, também são sentidos nos versos da
canção, de uma forma pessoal e autentica.
A canção traduz sentimentos
de saudade, mas não de um ente querido que se foi (o pai do Fábio Junior ainda
era vivo quando este a compôs) e sim, dos momentos vividos, bons ou ruins, pois
muitas vezes, numa boa relação familiar,não dá para fazer diferença.
É uma canção sincera, linda
e bastante emotiva. Para ouvir com o coração voltado para aquele, mesmo em
alguns casos achamos que não mereça, tem o nosso amor incondicional.
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